quarta-feira, 4 de maio de 2011

LAMENTO DE MÃE

(Abril.2010)

A escuridão deitou sobre o horizonte
Apagando o futuro e a fisionomia do teu rosto.
O sopro gélido de tragédia no mormaço úmido da tarde
Lacrimejou sobre teu olhinho vidrado que nada entendeu:
Foste mais um anjo derrubado pelo caminho.
O dedo cruel de um ser igual a ti, mas tão diferente,
Posto a brincar no gatilho de uma arma deveras
Numa disputa sem pudor de coisa alguma,
Com sei lá quem, de sei lá d’onde,
Liquidou com o teu e os nossos sonhos.
Choramos a dor tingida do sangue que te foi roubado,
Gritamos aos ouvidos surdos desta sociedade estranha
(Alheia aos apelos juvenis por contenção e referência)
Sofremos o vazio da promessa, do barulho, do olhar
Desintegrados pela definitiva ausência tua.
A escuridão deitou sobre o horizonte da esperança,
Mas, eu preciso acreditar por ti e pelos outros,
Desvanecerá diante de um novo amanhecer.

Tinhas nome de anjo, hoje tens vida de anjo.
Tentarei que isso me sirva de consolo.