sábado, 23 de fevereiro de 2013

Complicado o problema

 by Rosa Helena



 

A avó superdinâmica e profissionalmente a mil pelo Brasil, por conta do trabalho, passou uma temporada no Rio de Janeiro, justo em período que abraçava as férias escolares de inverno do Fábio. Enquanto o menino não foi liberado para visitar a avó, ele não sossegou.

 

Fábio, sete anos, embarcou no avião sozinho – um tanto inseguro, mas sem arrependimento. No Rio, a avó tratou de conseguir uma moça para acompanhá-lo enquanto ela estivesse trabalhando. A visita seria de apenas dez dias, e tudo deveria funcionar bem.

 

Elisa, uma mulher franzina de boa aparência, negra clara na casa dos 40 anos, havia sido positivamente recomendada. Era amável e pacienciosa. E Fábio,  uma criança dócil e cooperativa. A avó conseguiu reorganizar seus horários e chegar sempre um pouco mais cedo  e, com seu querido, ainda curtir as maravilhas da Cidade Maravilhosa.

 

Nos primeiros dias, neto e avó estiveram em cúmplice parceria, totalmente imersos naquele paraíso. A dupla passeou no Cristo, foi ao Pão de Açúcar, atravessou de barca o percurso entre o Rio e Niterói. Tomou sorvete e experimentou alguns sucos diferentes. Para completar, nas noites Fábio relaxou soltando-se em extensos diálogos, confortavelmente deitado ao lado da avó. Ele, já alfabetizado, adorava ler. E entre os assuntos deliciosos das horas partilhadas estavam personagens e aventuras das suas leituras. Ele era adorável!

 

Na segunda-feira Fábio e Elisa foram apresentados orientados e aconselhados. E com aperto no coração, novamente a avó partiu para outro dia de correrias profissionais.

 

Quando a avó chegou do trabalho no meio da tarde, os dois já a esperavam para seguirem à praia. O apartamento ficava a três quadras do mar. No trajeto de volta, depois que Elisa contou sobre o tranquilo dia, Fábio também fez o seu relato. “Vó Nena, a Elisa não sabe falar ‘problema’. Eu já ensinei e ela não aprendeu.” Fábio fez queixa. Elisa se explicou. “Eu não consigo dizer ‘probrema’ como ele quer, eu tento, mas não consigo.” Fábio olhou para ela com desconfiança e a corrigiu, outra vez: “pro-ble-ma”. Elisa em voz sumida repetiu: “ploblema”. “Viu só, vó?”

 

Depois que Elisa foi-se para retornar no dia seguinte, a avó puxou o amado para junto de si e o abraçou muito e o beijou muito mais. Bem amassado de tanto carinho, ela resgatou o assunto do final da tarde. Explicou que a Elisa certamente adoraria aprender; que talvez ele até pudesse ajudá-la, mas que precisaria ter paciência porque a moça não teve oportunidade semelhante à dele para estudar. Fábio entendia ao mesmo tempo em que não. “Como uma pessoa adulta não conseguia falar algo tão fácil assim? Ela deveria ser muito burra.” “Não, meu amor, ela só não conseguiu estudar quando era criança, e a gente para aprender, depois de adulto, custa um pouco mais, é difícil.” Não muito conformado, Fábio se comprometeu ser mais tolerante à dificuldade de Elisa.

 

Os dias foram acontecendo e os dois se entendendo e se distraindo, mas Fábio estava cada vez mais desconsolado com o problema de Elisa. Nem o tempo, nem a insistência, nem tão pouco a sua paciência conseguiam fazer com que ela acertasse, pelo menos uma vezinha só, dizer a palavra ‘problema’. Cercada e cansada, em infindáveis tentativas, Elisa repetia todas as formas de dizer ‘problema’, já sem o menor esforço para sair do erro. Parecia resignada com o seu problema.

 

Elisa, delicada e carinhosa, se despediu de Fábio com uma lembrancinha. Apesar de algo o incomodar muito nela, Fábio sabia que sentiria sua falta. No aeroporto, já aos cuidados de comissárias, o menino abanava sorridente para a avó que ficava.  Contente e realizado, bronzeado pelo sol carioca, Fábio regressou à vida cotidiana, aos livros e às aulas. E não quis mais pensar sobre o complicado problema de Elisa - ele simplesmente não entendia!

 

 

 

Epílogo:

 

As férias do sábio menino Fábio terminaram. Ele viu e sentiu e reagiu. Descobriu que havia um grande problema que o desacomodava, e não só com a palavra ‘problema’ emitida pela boca daquela mulher; percebeu que o problema que o rodeava, provavelmente, era muito maior. Mas Fábio era pequeno para compreender a complexidade e amplitude do problema que, desde o longínquo passado, perdura na vida de milhões de brasileiros que não sabem ler, escrever nem falar direito a língua mãe. Complicado o problema com a nossa educação para todos – desigual. Até hoje. E até quando? 

 



 

 

 

 

 


  

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Num piscar de olhos



         Foram mais as escolhas do acaso do que as minhas. Mais foram as escolhas do inconsciente do que da razão. Assim trilhei o caminho até chegar aqui. Algumas vezes já me peguei questionando. E se eu tivesse estudado cinco minutos a mais por dia, no período da adolescência? E se não houvesse me arrependido da troca de colégio? Se eu concluísse o outro curso universitário iniciado? Se não tivesse inventado um time de vôlei para representar a universidade naquele ano? Se tivesse casado com o primeiro amor? Se meu irmão não fosse tão machista? Se minha melhor amiga não tivesse rompido o casamento? E se eu não tivesse olhado para o lado que olhei no exato momento em que me virei, e visto o que eu vi? Sem dúvida a minha vida seria outra, distante léguas deste aqui e agora com o qual me deparo.
         Da mesma forma, surpreendo-me imaginando os infinitos desfechos possíveis para os amanhãs. Num único instante tudo pode ser redirecionado e se transformar, e as perspectivas serem reinventadas encaminhando-me ao futuro expandido ou restringido. Assim, aqui estou eu, pensando na vida. Querendo decifrar as possibilidades futuras enquanto invisto energia e imaginação em projetos que dependem tanto de mim quanto das forças indomáveis do universo.  Porém, independente da cumplicidade ou da revolta das circunstâncias, eu tenho a convicção que darei o sangue para ver meus planos concretizados. Atualmente é com gana que vivo o presente rumo ao futuro: sonhando e realizando, enfrentando chorando fugindo lutando e sorrindo.
         Sempre quero mais, creio que posso mais, penso que preciso fazer mais para a felicidade deslizar fluída sobre as águas da corredeira sem fim. Por baixo das brancas espumas borbulhantes, indiferente ao turbilhão das águas da superfície, há pedras e escuridão, moram monstros e pesadelos. Ciente disso, quando busco um pouco mais à minha vida, meu empenho é desenvolver, na maestria da navegação, habilidades e jeitos que me conduzam à superação dos obstáculos profundos e ao desfrute das tão ambicionadas aventuras.
         Meu passado poderia ter seguido outros rios, talvez escorregado por largo tempo em águas calmas e cristalinas, ou se enlameado e se perdido por entre águas traiçoeiras. A história está em curso e a viagem continua. No fluxo ao futuro ainda posso descortinar paisagens inimagináveis, tanto belas quanto terríveis. Mas, o fim afortunado de todos os meios do caminho é decorrência de uma decisão maior, de um tempo no qual eu não o sabia contar, de uma vontade irresistível de me surpreender comigo e com a vida. Está no sangue colorido que trago nas veias, é herança de uma família gaiata corajosa e inspirada.
Num piscar de olhos o presente guarda-se no passado e o futuro se faz presente improvisado, apesar de todos os planejados traços. Mas a felicidade que hospedo em mim nem pestaneja, vive de olhos bem arregalados me orientando a driblar a turbulência das agitadas águas e a escapar da truculência perversa dos fantasmas amaldiçoados e suas sombrias armadilhas.
 por Rosa Helena

domingo, 17 de fevereiro de 2013

RÉPLICA DE UM CORAÇÃO APAIXONADO



Como ler a mensagem que não foi escrita?

Como entender o sentido de um gesto na incoerência das ações?

Como confiar na expressão dos olhos, se dissimulada ao olhar do outro?

Como entender o que se fala se a voz que fala não diz?

Como viver uma aventura com quem não se aventura a viver um romance?


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

COMPUTADOR


Ah, computador danado, qual é a tua?

Estou precisando e muito da tua rapidez,

do máximo da tua eficiência.

Acho que pensas ser hoje dia de domingo.

Sonolento, só queres te arrastar, e sem pressa

abrir tuas páginas só quando te der na veneta.

E se a vontade for de implicar, nem abrir coisa alguma.

Ah, meu computadorzinho, por quê? Justo hoje?

Preciso resolver pilhas de questões,

encaminhar tarefas e documentos, imprimir relatórios e atestados... 

Eu preciso tanto da tua cooperação.  Querido computador, seja bonzinho,

não encrenca hoje, não, por favor!

Ah, computador tirano: estas me maltratando.

 Pareces com uma mula,

empacado parado e grudado no mesmo lugar.



Melara


Era início da tarde de um sábado úmido e frio. O inverno vinha castigando a cidade nas últimas semanas. Flora estava encarangada em casa tristonha e só, sem nada de interessante a ocupar ações nem ideias. O filho havia saído desde sexta-feira para atividade esportiva e retornaria apenas no domingo. O marido havia deixado de ser marido e já ia longe.

Arrastando o chinelo de um lado ao outro, deitando no sofá e vendo um pouco de televisão, beliscando uma coisinha aqui e comendo outra bobagem ali independente do apetite, o dia prometia ser enfadonho. Em meio ao marasmo das horas o telefone tocou: um convite; um antigo colega. Tudo estranho como o dia.

Sem que Flora entendesse a razão, pois eram mais conhecidos do que amigos, Hélio a convidava para assistir uma palestra sobre tema complicadíssimo de psiquiatria, e desinteressante a uma homeopata. Seria ministrado em um dos agradáveis salões do centro de eventos do Hotel Plaza São Rafael. O melhor do convite era o jantar oferecido pelo laboratório de medicamentos logo após a palestra.

Apenas nos segundos da rápida conversa ao telefone, Flora se acendeu e aceitou o convite. Arrependeu-se em seguida de ter aceitado, mas... Foi.

Até o último instante ainda ficou a decidir, pendendo ora para ir à palestra ora para não. Hélio havia dito que as atividades iniciariam pelas 19h. Já eram quase 18h. Flora desanimada e com receio de desistir, sem banho sem produção sem alegria, vestiu uma bota, agarrou mais um casaco, puxou a bolsa e saiu ligeirinha.

Era cedo, porém escurecia rápido. Soprava um vento assobiador gelado, e o centro da cidade estava praticamente deserto. Flora estacionou o carro bem em frente ao hotel. Entrou. Procurou o salão da palestra; nele havia bem poucas pessoas. Flora, então, resolveu caminhar entre os corredores e as salas de estar para gastar o tempo. Inesperadamente viu-se refletida em um grande espelho. “Ai, que vergonha!”

Flora nem havia reparado, mas ela estava esquisita, nada combinando com nada. Os cabelos puxados para trás e presos como ela andava em casa, não estavam de acordo com o ambiente. O rosto pálido sem qualquer pintura a deixava sem graça, embora ainda pudesse colocar um batonzinho, pois este ela certamente encontraria dentro da bolsa. As botas pretas não comprometiam, mas a saia junto ao colete sobre o blusão, o grande casaco nas mãos, e o comprido cachecol enrolado no pescoço não se harmonizavam. Flora estava ensacada em roupas de lã da cabeça aos pés, em vários tons de bege e marrom. E na saia havia pequenos detalhes em preto. Mas, o pior de tudo era a bolsa!

A bolsa gritava o desacordo. Ela era grande, bem grande e em tecido plástico brilhoso. Ela tinha motivos florais num imenso colorido vivo, no qual predominavam o rosa e o amarelo e o verde limão sobre um fundo preto. A bolsa era escandalosa. "Por que pegou esta bolsa?"

Flora poderia chorar e sair correndo, mas resolveu empinar o nariz e ignorar seu visual. O frio havia ficado do lado de fora do hotel. A ação da forte calefação passou a provocar calor. Assim, ela iniciou um discreto desvestir. Colocou o casaco, o colete, e o cachecol dentro da bolsa. As luvas já haviam sido guardadas quando chegou. Flora sorriu em pensamento. Pelo menos a bolsa estava servindo para alguma coisa, pois parecia um grande baú sem fundo. Com menos peças de roupas sentiu-se menos mal vestida para a ocasião.

Antes de iniciar a palestra, ganhou pasta com folhas e caneta que foram colocados direto dentro da bolsa. Ao final do evento cultural, enquanto os organizadores encaminhavam os convidados ao salão do jantar, recebeu de brinde do laboratório um relógio, assim como todos os outros participantes, que automaticamente guardou na bolsa.

Durante o pequeno percurso encontrou Hélio e outros conhecidos, mas perdeu-se deles todos na hora de sentar à mesa. As mesas eram redondas e grandes, cobertas por alvas toalhas quase até o chão, e permitiam a ocupação por umas dez pessoas. O salão estava cheio de mesas e de gente. Num lado da sala havia dois bufês maravilhosos: um quente e salgado, outro frio e doce.

Flora sentou-se entre desconhecidos e achou bom não precisar interagir com ninguém. Serviu-se gulosamente. O jantar estava esplêndido; exagerada e desnecessariamente repetiu os pratos quentes. Flora estava se divertindo, nem mais se lembrou das roupas, do cabelo e da superbolsa. Comia com gosto, e enquanto o fazia, admirava a decoração, olhava para os colegas buscando reconhecer mais alguém, e se inquietava diante das sedutoras opções do bufê mais bonito e apetitoso de doces que já vira. Nunca mais Flora o esqueceu, nunca! Ela saliva até hoje quando se lembra daquela mesa fantástica, farta de doces que não chegou a provar.

Tudo ia bem quando, de repente, algo original passou acontecer. Os ocupantes de todas as mesas, em câmara lenta - pelo menos assim pareceu aos olhos de Flora -, puseram a abaixar o corpo a enfiá-lo em baixo da mesa. Flora pensou: “Isso é coisa de psiquiatra? Onde foi que perdi a voz de comando? Que brincadeira ridícula eles estão inventando? Tudo adulto aqui, e eles bobeando feito criança?”

Porém, instintivamente Flora fez o mesmo movimento que viu os colegas realizarem. Sentada no chão, espremida com os outros no pequeno espaço para se resguardar, Flora começou a identificar os acontecimentos. Havia um homem armado ao fundo da sala com uma refém. Do lado oposto, na porta de entrada estavam policiais. Um gritava de cá e ameaçava a vida da refém, outros gritavam de lá, ameaçando ou tentando negociar, Flora não entendia bem. Mas, ficou com medo. Nervosa pediu para segurar a mão de um homem que estava próximo, temia morrer. Uma mulher olhou para Flora com descaso e disse que ninguém ia morrer. Flora soltou a mão do homem. Que situação! Seria a mulher companheira daquele homem? A tensão era grande. Tudo estava confuso.

Rastejando-se um a um pelo espesso tapete, foram todos deslizando de mesa em mesa e fugindo por brechas entre as paredes móveis do salão. Flora inseriu-se ao grupo que saía pela parte de trás da sala. Entrando em outro ambiente, Flora se pôs de pé e buscou a saída, seguindo silenciosa outras pessoas. Percorreu corredores, cruzou por salas e chegou ao grande espaço da recepção do hotel. Ficou impressionada, mas prosseguiu. Em frente ao comprido balcão de informações, sobre os tapetes vermelhos e abaixo dos belíssimos lustres de mil e uma lâmpadas, havia um carro de táxi de portas abertas, farol acesso, todo amassado e rodeado de estilhaços de vidro. As portas do hotel totalmente arrebentadas, e diante delas um forte policiamento, viaturas e cães da polícia. A rua estava bloqueada, e o carrinho de Flora - preso.

Tonta, perdida, apavorada, Flora caminhava devagar. Sozinha, sem dispor da sua condução, ela simplesmente ia no meio da grande confusão. Na esquina encontrou um grupo de pessoas, e nele avistou o palestrante. Pobre do homem, em manga de camisa, tiritava de frio.  Flora Inseriu-se ao grupo que procurava entender alguma coisa, e ofereceu um agasalho ao palestrante que tentou recusar, mas timidamente acabou aceitando. Neste momento Flora deu-se conta de que a bolsa estava ali a tiracolo, sem que ela explicasse como a danada saiu do encosto da cadeira para baixo da mesa e depois se arrastou pelo chão, sempre junto dela.

O palestrante estava hospedado no hotel, e embarcaria de retorno ao seu estado em voo cedo da manhã. Como devolveria o agasalho de Flora? Trocaram números de telefone. Com muito frio ele aceitou além do colete o casaco e prometeu fazer contato para a devolução. Hélio se reuniu ao grupo e sugeriu à Flora pegarem um táxi mais adiante. Ele a deixou na casa de seus pais; Flora estava muito assustada.

Nos dias seguintes a vida voltou ao normal, apenas com um detalhe: divertidamente Flora recebia todos os dias ligações telefônicas do palestrante. Conversavam e conversavam mais um pouco, e combinavam um encontro, naturalmente para a entrega dos agasalhos. A situação prometia! Será que iria acabar em namoro? Inusitado.

Pouco mais de mês, romanticamente ele veio visitá-la, passar um fim de semana em Porto Alegre para agradecer pessoalmente a bondade, entregar os agasalhos, e conferir a história insinuada.

No aeroporto ao se encontrarem, Flora olhou curiosa nos olhos do homem, e... Achou-o arrogante. Ele a olhou fundo nos olhos, e... Sabe lá o que percebeu, mas a antipatia foi rápida e mútua, contrária ao sentimento desejado imaginado a partir dos diálogos por telefone. O fim de semana foi arranhado e desagradável, as horas encalhavam o tempo todo, custavam a passar. Na despedida, aliviados com o fim de todas as aventuras, ele falou o que faltava: “Não a vi usando sua bonita bolsa neste fim da semana. Foi ela que me salvou, não?” E foi o fim. Enfim! Nunca mais quiseram se ver. Depois, Flora só usou a bolsa para ir à feira.

Ah, o que aconteceu no hotel no dia da palestra? Um bandido perigoso conhecido por Melara fugiu da penitenciária com comparsas e reféns e, depois de rodar pela cidade dentro de um táxi,  adentraram no Hotel São Rafael com carro e tudo, e se embrenharam lá por dentro. Um deles, o fugitivo que entrou no salão do jantar, foi o responsável por Flora sonhar até hoje com o bufê de sobremesas. E, talvez, pela saliência daquela bolsa, de comportamento tão vulgar, junto ao palestrante.