Lendo algumas linhas sobre a vida e o viver, minha mente animou-se e saiu etérea para se perder por aí. O livro que eu tinha nas mãos caiu suavemente no colo, e viajei mesmo de olhos abertos. Devaneei em idéias habituais com tempero de novos pensamentos.
A vida se faz extensa. O tempo se alarga e promete mais. E o viver? Tem valido a pena? Olho para os lados e duvido um pouco que o ser humano esteja preparado para as vantagens de um futuro longo. Vejo adultos de meia idade e velhos cheirando cocaína como se fosse perfume a ser apreciado, ou bebendo litros de álcool como se fosse refrigerante. Será que estes se encontram perdidos desde a adolescência, ou estão se perdendo diante do porvir? Vejo adultos de idades variadas frenéticos correndo a tudo conquistar, sem distinguir o sabor de cada ação ou aquisição. Gastam a vida aproveitando pouco do muito que fazem. Creio que muitas pessoas não sabem e não buscam desfrutar das benesses que a longevidade incita.
A vida se faz extensa. O tempo se alarga e promete mais. E o viver? Tem valido a pena? Olho para os lados e tenho certeza que o ser humano quer e almeja se preparar para as vantagens de um futuro longo. Vejo adultos de meia idade e velhos nadando e treinando para competições como se fossem peixes, ou voltando aos bancos escolares para ainda realizar sonhos, como se o tempo desse mais uma largada para as novas oportunidades. Será que para estes o prenúncio será alcançado? Considerando a vida perdendo-se no horizonte, vejo o adulto com vida para retomar planos esquecidos ou adiados, ou mesmo inventar novos projetos. Creio que muitas pessoas estão descobrindo e desfrutando das benesses que a longevidade incita.
A vida se faz extensa. O tempo se alarga e promete mais. E o viver? Tem valido a pena? Olho para mim e percebo minha confiança no futuro, como ser humano me vejo preparada aos enfrentamentos e às vantagens de um futuro longo. Vejo-me na meia idade alcançando a velhice e vislumbrando o pódio como se toda etapa superada, com maior ou menor sucesso, fosse sempre uma vitória, ou almejando amar e aprender, sempre e cada vez mais, como se nem a morte fosse limite para isso. Será que viver dessa forma já não é uma transgressão? Quero viver as alegrias e os percalços da vida com consciência, experimentar as emoções de cada momento como aprendiz e também como referência, inclusive diante da vivência da morte, nossa última experiência de vida. Creio na minha disposição e desejo para desfrutar das benesses que a longevidade incita.
Já propaguei aos ventos minha imensa vontade de viver até perder a conta dos anos. De viver até que a vida se canse de mim, porque eu sei, eu sinto, jamais hei de me cansar dela. E para isso, conto com a poderosa força do diálogo: as necessárias conversas que tenho comigo mesma na direção de uma harmonia de ser e de estar; a fala que posso e me esforço ter com as pessoas do meu universo na constante busca por acordos e paz. E o espaço que mantenho bem aberto para dialogar com o estranho e sedutor mundo que me circunda.
Lendo algumas linhas sobre a vida e o viver, e ao embalo dos pensamentos, percebo com que convicção eu persigo meus ideais. Eu quero tudo da vida, ah, como quero! E estou bem feliz com o que tenho obtido dela, apesar de não serem só flores...
Lendo algumas linhas sobre a vida e o viver, e ao embalo dos pensamentos, percebo com que convicção eu persigo meus ideais. Eu quero tudo da vida, ah, como quero! E estou bem feliz com o que tenho obtido dela, apesar de não serem só flores...