Não discuto sobre o que não
entendo: futebol, por exemplo. Mas também não aprecio me envolver em discussões
estéreis, mesmo sobre temas de que eu entenda alguma coisa. Gosto mesmo é de
conversar e aprender e ensinar, e de ficar de papo furado compartilhando
experiências e filosofando sobre a vida. Porém, com um detalhe, olhando no olho,
ouvindo a entonação e a intensidade da voz do interlocutor, acompanhando a
expressão facial e corporal de cada pessoa envolvida no diálogo comigo.
Encanto-me ao perceber as ideias fluindo
e se desenvolvendo em espiral na musicalidade das falas animadas. Alegro-me por sentir a
curiosidade cutucada, preenchendo a alma com novos estímulos e a razão com
argumentos para melhor se estruturar. Como é bom identificar pontos de
vistas dissonantes não serem entendidos como discordâncias inflamando corações,
mas apenas como olhares distintos instigando o pensar. Pois o que almejo ao conversar não é o
fechamento das questões, nem conclusões polarizadas em certas ou
erradas, em verdades ou mentiras.
Simplesmente eu não discuto. E cada
vez menos aceito entrar em polêmicas. No entanto, adoro viajar na interação de
ideias criativas a partir do saber das pessoas disponíveis para uma conversa
sem fim.