sábado, 29 de dezembro de 2012

Um bom fim


Amigos queridos,

Em dois dias estaremos concluindo mais uma sequência de trezentos e sessenta e cinco dias. Olhar para o tempo passado nos permite ver e curtir nossos melhores momentos, radiantes com a vida. Olhar para trás nos faz enxergar falhas e equívocos cometidos, inclusive com certo constrangimento. Olhar para a vida cumprida faz sentido quando temos pela frente uma vida a ser inventada, e para a qual precisamos de estímulos e experiência na bagagem.

Temos um tempo futuro propício às realizações e criativas aventuras. Temos pela frente novos doze meses cheinhos de dias para diferentes tropeços e aprendizados. E, diante do caminho a ser percorrido - a pé, a nado ou de bicicleta - quero tê-los, a todos, nas próximas peripécias, auxiliando ou pedindo ajuda, brincando ou brigando, mas fazendo valer a pena cada centésimo de segundo das nossas vidas compartilhadas. Vocês são muito importantes.

Com carinho, um bom fim e um melhor começo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Surpresas da vida surpreendente



Véspera de Natal. Cheguei a Capão da Canoa antes da maioria dos veranistas, pessoas que vindas de todo o estado deverão lotar as praias do litoral gaúcho a partir deste final de semana. Ontem o dia foi de muitas chuvas, porém hoje amanheceu ensolarado e com gostosa brisa na beira do mar.

Logo após o desjejum matinal fui a uma caminhada na areia, ainda encharcada e quase despovoada. Com passo firme, mas sem pressa, fui para a direção do centro da cidade, namorando o mar e curtindo o refrescante ar marinho. Algumas poucas famílias brincavam com bolas ou na água, e vi criança fazer castelo na areia; tudo em plena harmonia com a ordem natural das coisas.

Chegando a altura do centro dei a volta e caminhei passando da minha saída. Já havia ficado na praia além do tempo proposto. Mas, a paisagem estava mais do que convidativa e, por isso, me estendi no percurso. Quando decidi retornar ao “apertamento” da família, ainda parei em uma guarita de salva-vidas, pois queria sondar sobre a possibilidade de suporte a uma possível aventura que pretendo fazer - a nado. É, estou sempre sonhando!

Assim, tranquilamente satisfeita, deixei a beira do mar por uma trilha em meio ao resíduo de antigas dunas.  Sobre um dos morrinhos de areia avistei uma ave de médio porte, provavelmente um quero-quero. Embevecida com a magia do cenário, prossegui a passos pequenos para melhor admirar a natureza contagiante.

O pássaro gritou e se pôs a voar. Lindo! O quero-quero, em voo rápido, veio na minha direção.  Belo! Chegou tão perto, tão perto em um voo rasante, que quase me atropelou. Opa, o que foi isso? Foi uma ameaça?

Em seguida, uma segunda ave, graúda e pouco amistosa como a anterior, que eu não tinha avistado e estava sobre outro montinho de areia, veio gritando e rápida na minha direção. Assustadora! A terceira veio pela frente, sei lá de onde surgiu, e se atirou agressivamente sobre mim, gritando forte e intensamente. Apavorante!!!

Atordoada com a mudança repentina do espetáculo da natureza, reagi instintivamente sacudindo os braços com a canga nas mãos. Soltei um berro e cai estatelada sobre o chão de areia mais seca, coberto por gramíneas espinhosas. Tão ligeira quanto pude - sem bicadas, mas bem fincada pelas pequenas rosetas secas - levantei e saí correndo de volta à praia. Inesperadamente, vejam só, eu fui atacada por três quero-queros endoidecidos e, absolutamente, nada românticos.

Já afastada da hostilidade imprevista, e ainda com medo, percebi que estava sendo observada por um homem. Constrangida, e sem saber o tamanho do meu fiasco, fui à direção dele fazendo comentários dispersos e desconexos. O indivíduo também não se fazia compreensivo e, de forma confusa, dizia para eu pegar um pau e atacar os pássaros.  

Naquele momento nada fazia sentido: ali não havia pau, só areia; eu não queria atacar os quero-queros, só queria admirá-los; estas aves não são perigosas, nem eu tão pouco.

O ocorrido foi intenso e breve, perigoso e óbvio. Os pássaros protegiam um ou dois ninhos e sentiram-se ameaçados com a minha presença. O homem pretendia usar o mesmo caminho e também se assustou assistindo o ataque sobre mim.

O desfecho do episódio foi o seguinte: saí da praia por outro caminho; os pássaros foram deixados em paz; eu fiz um novo amigo-conhecido; e mais uma vez, acolhi com admiração a grandeza da natureza. E, depois do susto, sempre ficou uma nova história para contar.

Enfim, como não suspirar pela vida? Ela é surpreendentemente maravilhosa e emocionante, mesmo diante das pequenas aventuras inesperadas de um dia após o outro!

Clicada por Rosa Helena
                                    

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Que não nos faltem os amigos

O som é de alegria, a imagem é de encontro, o período é de festas. O ano mais uma vez conclui seu ciclo iluminando o companheirismo e a amizade. Em meio à frenética movimentação de abraços, sorrisos, brilhos e levezas, eu emudeço na voz e na escrita.  Fico sem fôlego e sem palavras para expressar tamanha emoção. A inspiração não alcança os acontecimentos, que falam por si só!
Porém, não posso calar - brota da alma o imenso desejo de agradecer aos iluminados que sonharam e concretizaram os encontros de magia e encantamento deste final de ano. Quero agradecer a todos os amigos que se motivaram e puderam participar das comemorações, realçando o lado doce da vida. Preciso dizer que sou grata à vida pela vida que tenho: tão suprida de carinho e afetos, tão rica de gente amiga e de história, tão repleta de hoje quanto promissora de amanhãs.
 A fotografia registra as produções e poses, e nós nos deliciamos revendo olhares e sorrisos. Derretido, meu coração se deleita com as mensagens de amor expressas em gestos e palavras. As cenas estão gravadas na memória e em DVD.  São lembranças congeladas de felizes momentos compartilhados em brincadeira dançante; são recordações de um e outro instante secreto de cumplicidade e de afinidade juvenil - dos jovens que nunca deixamos de ser, independente da soma dos anos trazidos até aqui.
No silêncio profundo desta minha hora diante do computador, reedito no corpo a emoção da música, das luzes, das vozes, e da acolhida de pessoas queridas; suaves reminiscências que quero preservar com todo o cuidado, pois elas simplesmente me revigoram. O som que ecoa é o da diversão, a imagem que se cristaliza é a da união,  e o período que se consagra é o das etapas que se cumprem para abrir novos espaços e motivos para o recomeço.
E, que nunca nos faltem os amigos, pois sem eles, não existiriam agradecimentos nem lembranças, não teríamos cumplicidade nem compartilhamento, e nada disso nem este momento fariam sentido.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ALEGRIA

 
A dor dissolvida no pranto escorreu
de mansinho, me abandonou;
O marejar dos olhos lavou a crosta opaca e
sapecou brilho no olhar;
Iluminados, meus olhos saltitantes buscam o encontro:
sorriem ao cruzar com o teu mirar.

domingo, 2 de dezembro de 2012

FÉRIAS


Quem há de perceber

Que parei de escrever

Se não estão a me ler?

 

Pausarei para descanso

Desejo o tempo manso

Depois volto, e avanço.

 

Se alguém sentir falta

Logo estarei em malta

Renovada e internauta!