segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Só envelhece quem vive



Vitória de todos e para todos.
Vigorar o Estatuto do Idoso não é só um direito conquistado por quem vive o tempo que ultrapassa a aposentadoria. É uma vitória do povo brasileiro.
Penso que seja obrigação exigir e defender os direitos de cidadão em qualquer tempo e idade. E cabe a todos nós, jovens, adultos e idosos, cuidar dos direitos de quem cumpre suas obrigações. E, zelar pelos direitos dos idosos, independente do momento de vida em que estamos, é assegurar a justiça, a humanidade, a solidariedade, o amor e, sobretudo, a vida. E como há vida depois dos sessenta! Porém, de pouco adianta uma vida segregada, desrespeitada e abandonada.
Enquanto nos mantemos distantes do assunto, negando nossa própria pretensão de viver o tempo com a elasticidade que a ciência nos torna possível, podemos estar discriminando no presente e construindo nosso amargo futuro.
O idoso é um indivíduo que acumula  anos de experiência, que traz consigo uma bagagem de conhecimentos e vivências intelectuais, emocionais e afetivas não encontradas em programa de computador algum. É história viva! O idoso dos nossos dias é um desbravador,  expondo-se pela primeira vez à longevidade coletiva. Sem referências, frequentemente sentindo-se perdido - ora inseguro, ora firme - vai abrindo caminho para as gerações seguintes. Por vezes, nem ele sabe o que quer ou pode, mas está na batalha da vida, como nós. O idoso tem potencial a ser descoberto por ele próprio e pelos demais, pode ser produtivo e criativo. Também gosta do lazer, da recreação e do ócio, como qualquer outra pessoa. O idoso tem muito para aprender e, mais ainda, para ensinar. E precisa ter assegurado seus direitos para exercer com êxito suas capacidades e sua missão até o fim.
A vida é processo evolutivo e a cada etapa têm-se ganhos e perdas, direitos e obrigações. A vida se expande, e com este prolongamento temos que nos descobrir como indivíduos, como comunidade, e como sociedade; há muita coisa nova e faltam-nos modelos de referência. A vida é desafio; o envelhecer desafio dobrado. No entanto, com dignidade fica bem mais fácil enfrentar o presente e o futuro. Por isso, lembrar a existência do estatuto do idoso é reconhecer a vitória dos idosos. É, sem dúvida alguma, brindar a grande vitória da sociedade brasileira. É, acima de tudo, chamar a atenção ao passo de uma caminhada que não deve e não pode parar.



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Convite à atividade física



Atividade física! Essa é uma decisão para quem quer viver bem.

Sem nos prendermos a maiores questionamentos, não há duvida de que a atividade física promove inúmeros benefícios a quem a pratica. Porém, às vezes, é difícil aderi-la e inseri-la em nosso cotidiano de fazeres.

Alguns anos atrás, empiricamente, fiz uma experiência no meu atendimento como psicóloga: sugeri aos meus clientes em psicoterapia breve que adotassem alguma atividade física aeróbica concomitante ao tratamento psicoterápico. Não mais de 20% das pessoas conseguiram introduzir essa prática em suas vidas naquele período. E, foram justamente as que se expuseram ao exercício aeróbico, que melhor renderam em reflexões e atitudes, e em resultados quanto a suas problemáticas e sofrimentos. Não sendo uma pesquisa cientifica, não procedi determinando objetivos, definindo hipóteses, separando categorias, nem mesmo controlando variáveis. Com certeza, o assunto se presta a estudo sério e sistematizado, que talvez um dia eu ainda venha fazer. Mesmo assim, o resultado da minha observação indica um caminho estimulante aos que sofrem dos males afetivos, uma promessa aos que buscam qualidade  e  almejam a longevidade feliz, além de indicar, também, outras perspectivas positivas às pessoas que praticam exercício aeróbico.

Estudos referentes a influência da atividade física aeróbica sobre a ansiedade e a depressão, embora exaustivamente realizados, ainda não são conclusivos. Quanto ao alívio dos sintomas da depressão, por exemplo, estão sugeridos três grandes correntes como justificativas. A hipótese mais aceita é a de que a atividade física desencadea secreção de endorfinas capaz de provocar um estado de euforia natural. Outros pesquisadores creem que o exercício físico regula a neurotransmissão da noradrenalina e da serotonina. A hipótese psicológica sugere que os exercícios fisicos mantidos ao longo do tempo melhoram a auto imagem e promovem a elevação da autoestima. Separadamente ou harmoniosamente compostas, as explicações confirmam: A prática da atividade física aeróbica traz vantagem para a saúde psíquica no quesito humor deprimido.

Apesar dos compromissos da vida adulta serem muitos e exigentes, e por vezes de difícil administração, cientes que estamos dos imensos ganhos decorrentes do exercício aeróbico para a saúde física, mental e emocional, como podemos abstraí-lo de nossas vidas? Como não privilegiar a prevenção, o prazer e a saúde que o exercíco disponibiliza? Não temos tempo nem dinheiro para fazermos academia? Mas caminhar 30 minutos por dia não consome dinheiro, nem rouba tempo de alguma obrigação que tenhamos. E depois, tratar das doenças pode exigir mais tempo e ser bem mais caro. É verdade, a atividade física realizada em grupo ou de maneira comprometida, inclusive economicamente, contribui à reação e ao enfrentamento de resistências. Por isso, são fatores facilitadores à atividade física, fazer parte de uma equipe, ter professor e colegas, cumprir com horário específico, entre outros. Mas, a determinação e a força de vontade são decisivas.  E, quem sabe, um pouco de amor próprio?

Dançar, nadar, caminhar, andar de bicicleta, fazer ginástica, jogar bola, lutar, são opções disponíveis a qualquer tipo de público e gosto, sem restrição de idade para começar ou continuar. E aqui eu confidencio: sempre gostei de esportes, mas nem sempre fiz. Contudo foi só agora, em plena meia idade, que adotei a natação e o taekwondo como atividades integrantes da minha rotina. E, em ambos esportes obtenho muita gratificação, pois eles me proporcionam alegria, socialização, aprendizado, desafio, auto-superação, saúde, crescimento pessoal, além de atuarem positivamente sobre meu estado de espírito geral, contribuindo na minimização dos estresses e tensões diários.


São nessas pequenas coisas que encontro a felicidade. E mais do que ninguém, eu mereço! Atividade física! Vamos nessa?  



domingo, 21 de agosto de 2011

ESPERA


Penso... Estremeço
te sinto, me arrepio
Espero.
Desejo teus braços me enlaçando,
tua boca me beijando.
Te quero.
Sonho... No corpo
me inspiro, te sorrio
Espero.
Braço, boca, laço!
Olho, pele, fogo!
Te quero. Te espero.
Me espera?



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

SILÊNCIO



Mundo vazio de silêncio
Pessoas de silêncios vazios
Parem todos. Prestem atenção.
Ouçam seus silêncios
Não os deixem vazios.
Percebam o que diz o silêncio
E descubram nele um amigo.
Desfrutem da alegria do silenciar
Vivam o silêncio menos doído;
Vibrem ao silêncio quieto e profundo
E deixem a vida andar;
Vejam as notas desta música
De silêncios afinados,
Hino mudo,
Tranqüilo silêncio no ar.
Trilhem o caminho de paz
Que um tão simples silêncio traz.
Não permitam o silêncio constrangido
Não percam a emoção deste vivenciar,
Pois em cada silêncio bem vivido
Pode nascer no coração
Um motivo a mais
Para amar.

A vida com um pouco de silêncio
Faz o silêncio ter muita vida
E a vida, encher-se de vida
Para desfrutar.

"Aceite meu silêncio
E também meu silenciar,
Sinta como ele é amigo,
O quanto o trago comigo
No meu jeito de amar."


terça-feira, 9 de agosto de 2011

GRITO DO SILÊNCIO

Grita todo o silêncio
solta o berro do mudo
vive inteiramente a morte!
E, depois, me conta
em que ponte
desta solidão, cheia de gente,
vamos nos encontrar?
Temos que decidir:
O que faremos com a cigarra?


FORA DE TEMPO

O tempo que já se foi:
História
O tempo que mal ficou:
Saudade
O tempo como aliado:
Juventude
O tempo que há de vir:
Esperança
O tempo que brilha:
Amor
O tempo idealizado:
Sonho
O tempo adiado:
Medo
O tempo amaldiçoado:
Fim
O tempo da falta de tempo:
Hoje
O tempo que se esgarça:
Presente
O tempo que não passa:
Espera
O tempo desperdiçado:
Espera
O tempo ...
Espera:
O tempo da gente
Acaba!
- Concluí.

sábado, 6 de agosto de 2011

Mariana


Minha amiga Mariana era uma mulher moderna. Conhecia muitos homens, fez um filho independente e trabalhava para se manter. Com o curso superior completo e totalmente dona do seu nariz, Mariana abominava a ideia de qualquer tipo de casamento, mesmo os mais atualizados e flexíveis. Dizia sempre que isso não condizia com a imagem de mulher moderna. Embora fosse avessa a casamentos, adorava namorar, ter alguns romances, ficar com alguém por tempo determinado. Sabia de sexo como ninguém, dava conselhos, dicas e sugeria estratégias eficientíssimas para aumentar o tempo e a intensidade dos orgasmos. Identificava os diferentes tipos de homens, além de ter, para cada um deles, fórmulas infalíveis de prendê-los ou de liberar-se destes algozes.
Coitada da minha amiga Mariana, tão sabida, foi surpreendida por uma traição do destino. Acabou caindo nas armadilhas da amizade. Apaixonou-se perdidamente pelo colega e amigo de trabalho que, para complicar, era casado. Apesar de seus esforços para não acreditar nisso, parecia estar totalmente apaixonada, e por tempo indeterminado.
Mariana já vinha sentindo alguns sintomas dessa conversão de amizade para algo estranho, mais sensível, mais ciumento, mais visceral, ou qualquer coisa que o equivalha. Mas, claro, não deu crédito a essa bobagem. Quanto mais o tempo passava, mais a amizade a perturbava. Arranjava mil pretextos para justificar a necessidade do trabalho a quatro mãos, mas só as mãos dela e as dele. E que ninguém se atrevesse a oferecer outras mãos para tais trabalhos, porque só os dois é que conseguiam àquela sintonia, àquela produtividade, àquela coisa toda. Já estava dando na vista, mas Mariana se negava ver o quanto ela estava derretida pelo tal amigo do trabalho.
Mariana começou a promover encontros de confraternização entre os colegas, logo após o expediente. A ideia era fortalecer o entrosamento da equipe. Mas os maridos ou esposas não deveriam participar, nunca, pois a presença deles poderia interferir na questão da “equipe de trabalho”.
Quando Mariana não estava trabalhando ou confraternizando com seus colegas, lá estava ela ouvindo seus vazios, suspirando emoções nunca antes experimentadas. Mariana sempre viveu acelerada, quer o assunto fosse moda, amores, trabalho, novidades gastronômicas, atividades físicas ou qualquer outra coisa. Era estranho vê-la perdida no seu mundo interno, parada no nada ou em devaneios românticos. Não parecia a Mariana que conhecia.
Um dia, cheguei em sua casa sem avisar e, ainda do lado de fora, ouvia sua voz falando sem parar. Falava de forma quase teatral. Minha surpresa foi maior quando entrei, pois ela tinha um roteiro na mão, escrito de próprio punho, com o qual ela ensaiava uma abordagem que faria ao amigo. Ao entrar, ela se abraçou forte em mim e se perdeu em lágrimas. Foi esta a primeira vez que confessou: não sabia mais o que fazer, estava perdidamente apaixonada. Estava ensaiando já fazia horas. Queria declarar-se, desejava que ele soubesse sobre seu amor, que ele a perdoasse pelo constrangimento e, acima de tudo, queria muito que ele a escolhesse. E isso era o mais difícil, ela sabia: ele era casado, mesmo que não muito bem casado, ele continuava sendo um homem casado.
 Fiquei atônita. Como poderia ajudar a Mariana se a “expert” sempre fora ela? O que dizer? Como interferir no seu roteiro de amor? Eu não era tão moderna assim. Namorei, casei, tive filhos, essas coisas tão normais, coisas apenas de mulher. Como ajudar a Mariana? Só me restava sentar e ouvir. Conversamos um pouco, trocamos ideias caretas, pensamos sobre as perspectivas modernas que tínhamos ao nosso alcance, e lentamente Mariana ficava mais tranquila e determinada em seu objetivo. Com ou sem roteiro, ela investiria na sua felicidade. E seria amanhã.
Porém, passaram-se alguns dias até que a coragem de Mariana fosse experimentada. A declaração de amor da minha amiga deu um certo resultado, pois o casamento dele já vinha muito pior do que podíamos crer. Mas como tudo é processo, eles levaram algum tempo conversando e buscando ajeitar todas as situações. Depois da separação dele, bem depois, eles começaram a namorar. Um namoro, eu diria, quase antiquado, passo a passo. Noivaram com aliança e pequenas formalidades, casaram quando fazia mais de ano do início do namoro e, atualmente, estão esperando a primeira filhinha deles, visto que ela já tinha um filho apenas seu.
Ela continua apaixonada, feliz e um pouco menos moderna. Diria, até, que bem ajustada aos padrões convencionais. Uma mulher normal, com um casamento normal, e uma família normal. Mas uma felicidade sem tamanho.
Minha amiga Mariana era uma mulher que se dizia moderna. Hoje, Mariana diz-se apenas feliz, muito feliz. E eu, com tudo isso, aprendi que moderna ou não, tem que se ter determinação e criatividade, inclusive às questões do coração. Tendo amor, todo o resto é bobagem!

PAIXÃO


Amigo da aventura sem futuro,
Este é o meu presente: quero-te hoje!
Queira-me agora. Toma meu corpo
E o cola ao teu. Olha fundo nos meus olhos, vê
Anseio por tuas mãos grandes e fortes
A se conduzirem por todos os meus roteiros.
Desejo tua boca a me sugar, a me derreter.
E o arfar da tua respiração em meus ouvidos
Fazer-me estremecer. Enlouquecer.
Incendeia minhas faces e frestas
Lançando-te às minhas profundezas com ardor
E no ritmo da paixão, desliza em nossos líquidos
Rouba-me gemidos e sussurros de amor
Liberta-me o corpo à explosão dos espasmos
E ao êxtase de absorver o néctar do teu prazer.

O futuro que almejo contigo viver
É entregar-me inteira ao presente
Ser: amiga, mulher, amante. E escrever
Nas páginas da vida, o nosso romance.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

SOL DE INVERNO

O sol acordou sonolento, preguiçoso e bem mais tarde que o usual.  O dia estava com cara de noite, olhar tristonho e encarangado de frio, quando o sol bocejante desejou-lhe “bom dia”.
Sorrindo travesso o sol soltou uma baforada de calor sobre o dia, iluminou o tempo e se pôs a brincar com tudo quanto via: fez sombra com as árvores, escondeu-se atrás das nuvens, mudou de lugar na passagem do tempo, e esquentou os encasacados. O sol brindou alegre às pessoas que iam trabalhar ou estudar, ou alguns, como eu, mesmo no frio, que iam nadar.
 O sol maroto provocou o dia, dia todo, afirmando que o carregaria junto, tão logo cansasse de brincar. E não adiantaria ao dia fugir antes da hora, pois o sol prometia tornar dia a noite que deveria chegar.
Mas, qual nada, o sol danado de tanto brincar, cansou antes da noite chegar. Sonolento e preguiçoso, o sol se recolheu bem mais cedo que o usual, e deixou que o dia se entendesse com a noite que não queria tão cedo voltar.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

MOMENTO POÉTICO


O pipilar dos pássaros
Compondo com o barulho do mar
Dá acolhida
A total ausência de ruído dos peixes
Nadando na imensidão
Das águas profundas e calmas
Do oceano
Que de tão pacifico
Assim foi batizado
E bem que poderia ter sido
Na presença do querido padre
A fazer ecoar suas belas palavras
Em sua Santa Madre Igreja
Na qual a santa em estátua
De imagem à semelhança da Virgem
Apenas com o nariz quebrado
Pela mão do sacristão
Que meio bêbado
Pelo tanto que bebeu o vinho do pároco
Ainda caiu abraçado com mais duas
Pois queria seduzir as moças
Petrificadas em pedra sabão
À suave brisa matinal
No prelúdio da musica sacra
Anúncio de chegada à hora
Da entrada da noiva à igreja
No dia mais importante de sua vida
Pois exibiria seu belo vestido
Azul turquesa da cor do mar
E não branco. Mas caríssimo
Belíssima réplica
De um autêntico Chanel.

No trânsito


Estava dirigindo numa quarta-feira, em pleno fervor do trânsito, levando e buscando filhos. Numa pequena rua transversal fiquei parada atrás de um ônibus, que por sua vez estava atrás de outros carros aguardando que a fileira de automóveis andasse, para cruzar ou ingressar na rua principal. No sentido contrário a via estava livre. Rapidamente pensei em arriscar e adiantar-me no fluxo andando na contra mão. Pensei, girei a direção puxando-a para a esquerda e tirei do alinhamento a ponta dianteira do carro. Só depois é que olhei ao espelho retrovisor lateral, do lado em que embiquei. Freei em seguida. Um motoqueiro vinha ultrapassando a fileira de carros parados. Ambos nos assustamos com o meu movimento.
O motoqueiro parou e eu abri o vidro. Ele me xingou e eu me desculpei. Ele continuou perturbado me xingando e eu continuei tentando manter-me calma e me desculpando. Ele não parava de falar. E eu, com uma tranqüilidade incomum, consegui esperar o falatório e abrir uma brecha para dizer:
- Eu não bati em ti e não te machuquei. Tu não caíste e não te machucaste. Não posso nem te levar ao hospital. Eu já me desculpei, disse que errei e que prestarei mais atenção nas próximas oportunidades. Não posso alterar o que passou apenas o que ainda virá. A única coisa que me cabia fazer neste momento eu fiz, que foi te pedir desculpa. Mas tu não estas aceitando. Então, agora, retiro o meu pedido de desculpas. Pronto!
Meio confuso, o rapaz aquietou. E, surpreendendo-me tanto quanto eu devo tê-lo surpreendido, respondeu:
- Mas a senhora não pode retirar as suas desculpas. Não deve. Sou eu quem tem que pedir desculpa para a senhora.  Eu fiquei nervoso. A senhora está certa, não aconteceu nada comigo. Desculpe as palavras que eu disse. Mas numa próxima vez, tenha mais cuidado, preste mais atenção. Hoje foi só o susto, é verdade. Por favor, me desculpe.
De repente o clima de tensão se transfigurou para uma troca de palavras amena e civilizada em plena confusão do trânsito. Não lembro como nos despedimos, mas certamente foi de forma educada, pois saí deste incidente bem satisfeita.  Confesso, rindo sozinha. Como gostaria de ter essa calma e presença de espírito em tantas outras oportunidades. Uma atitude serena pode gerar uma reação mais tranqüila, mesmo quando a questão é de difícil acordo.
Nem sempre sou capaz do aspirado autocontrole, no entanto, as experiências adquiridas com a vida têm me proporcionado um pouco mais de inteligência diante das situações de conflito. E no trânsito, tenho me esforçado a ficar mais atenta - eu preciso!  E ter cuidado, afinal, nunca é demais!