Desejo abrir as portas do coração que estavam fechadas
trancadas e lacradas. Desejo abrir portas e janelas do coração, arejar o ser, e
me deixar solta para apaixonar. Simples e despretensiosamente.
Eu não mais queria, mas voltei a querer. Sim, ambiciono
me apaixonar, mesmo que falte um alguém a se apaixonar por mim. Estou saudosa da
sensação de enlevo de corpo e alma que me fazia sorrir em verso, trilhar por
caminhos inversos, além de me encontrar, volta e meia, brincando pelo reverso. Emoções minhas que dizem de
mim.
O tempo tem me ensinado, e nele, a muitas custas,
tenho aprendido. Quero mais uma chance de viver na intensidade excedente, mergulhar
em loucas fantasias e confusas verdades. Não morrerei de tanto amar, isso já
descobri. Mas sangrarei em hemorragia, apunhalada pela covardia, se não me
entregar ao sentimento que dança e pula e saracoteia dentro de mim, como
criança pedinchando.
Antes da virada dos números do ano, já virei algumas páginas
do livro da vida. Deixei medos e inseguranças paralisantes esmagadas entre
folhas, atrás. Ainda sinto meus passos em falso, percebo as imperfeições do
percurso, temo as sombras do trajeto, mas, acima de tudo, vejo vida piscando à
frente. E, assim, sigo rastreando mudanças aos novos capítulos desta, quiçá, minha
longa história.
Mais que intenções, serão realizações! Vou abrir
portas e janelas do coração - há meses ou anos emperradas, sabe-se lá. Depois vou desnudar-me das mágoas acumuladas a mal vestir-me,
e, mais uma vez, jogar-me de ponta cabeça às insanidades da paixão. Ainda que
seja com cabeça quebrada, sei que serei mais feliz em franca ebulição do que acorrentada
à mesmice do nada pelo pavor a tudo que, talvez, em algo possa me ferir.
Com muita paixão, seja bem vindo 2014!