quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Evoluir



Li solto entre outros escritos e não dei importância. Não conferi a sequencia nem a intenção das palavras. Porém, elas impactaram, e só depois é que eu percebi. Estava escrito: “não quero evoluir”.


Independente daquele contexto, meu pensamento vem, vai, e volta outra vez. Essa ideia não quer me deixar, pois "eu quero, e muito, evoluir”.


Essa é a pura verdade. Quero evoluir! Posso entender quem não o queira, mas apenas por razões poéticas ou retóricas.


Efetivamente desejo ir além, me desenvolver até as mais ousadas direções, no entanto, não no sentido que alguns apregoam - evoluções mirabolantes que insinuam e prometem mundos e fundos como recompensa, nesta ou em outras dimensões.


Quero evoluir porque a vida é transformação; é um constante vir a ser - repleto de esperanças e de riscos, inclusive.


Viver é experimentar situações provocadoras e inesperadas; é encontrar refúgio ou saída em meio ao caos; é estar em poesia independente das palavras usadas; é sofrer e chorar e sobreviver ante as dores dilacerantes. Também, é encantar-se com o entorno desfrutando das sutilezas da felicidade; é raspar o tacho do amor e amar, simplesmente por amar, sem mais nem um porquê.
 


Evoluir é absorver todas as conquistas, mesmo quando elas se apresentam transfiguradas, como o encarquilhar da pele pelos anos vencidos. É superar-se ante as conquistas de aspecto duvidoso, como a tristeza que obscurece o olhar diante da perda de um grande afeto.


 
Viver e evoluir se fundem quando conseguimos administrar a abrangência e a dinâmica dos acontecimentos que nos envolvem. Quando abraçamos as mudanças do corpo, das pessoas e do mundo. Quando nos expandimos através das experimentações sociais e das emoções. Ao somarmos créditos às conexões da inteligência, e ao fazermos descobertas para a valorização do espírito.


Evoluir é querer estar vivo e manter-se atento à vida, enquanto a vida se faz viva em nós.


Estou alerta! Construirei e protegerei meus momentos de vida, na imensidão derretida dos tempos contados e sentidos, e farei arte com o tempo vivido (travessuras, expressões artísticas, e todas as artes que eu puder). Comporei minha vida como a um vitral, unindo fragmentos de coloridos vidros em significativos desenhos.


Fortalecerei a contínua passagem do meu “eu” a novos possíveis e diferentes “eus”, na incessante busca de mim mesma. E, tanto quanto possível, estarei disponível para interagir com outros “eus”, no espaço e percurso do meu viver.


E mais, anseio olhar para trás e ver a construção do meu “eu” rechonchudo de histórias e transformações, coerentes ou ensandecidas, mas todas, orgulhosamente incrustadas nas páginas da minha vida. Evoluindo.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

FIM DE ANO


Estamos entrando no último mês do ano:

Cansei! Quero esparramar-me em uma rede

À sombra de verdejantes e floridas árvores,

Beber água de coco viajando em um romance.


Estamos concluindo mais um trabalhado ano:

Suei! Quero reprojetar futuro, assim a vida pede.

Pessoas e estudos serão minhas prioridades,

E, tudo o mais, tratarei de deixar ao meu alcance.


Estamos terminando um, e iniciando outro ano:

Aprendi. E, bem sei, evoluirei. Insaciável é minha sede

Dobrarei o "cabo da esperança boa" a nado. Vaidades...

Sentirei saudades. E, ao som da música - que a vida dance!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Belos e adormecidos



Gentileza e solidariedade. Cooperação e reciprocidade. Compreensão e gratidão. Generosidade!

Bonitas palavras impregnadas de sentido. Exuberantes vocábulos mesmo quando desacompanhados de pares significantes. Vigorosas experiências de pura expressão da nossa humanidade.

Porém, nem sempre esses termos se fazem presente nas vivências do cotidiano viabilizando a proximidade acalentadora com os nossos iguais. Às vezes, penso que estamos ficando pobres de sentimentos despojados que alcancem a pessoa do outro, verdadeira e acolhedoramente. Sei que estes sentimentos não estão em extinção, mas creio estarem sendo racionados diante do frenético estilo de vida que levamos.

O dia a dia insistentemente se apresenta com urgências e infindáveis exigências a nos consumir, levando-nos a esquecer, sempre uma vez mais, da importância do próximo à nossa vida.

A impressão é de que, lentamente, vamos perdendo a noção e o contato com os nobres conceitos, e desperdiçando, por alienação, tão gratas virtudes nossas. Sinto que estamos nos apartando dos nossos melhores gestos, assim como, nos privando da prazerosa repercussão das pequenas doces ações.

Sem nos darmos conta, deixamos que os sentimentos bondosos retornem fácil ao sono profundo da inércia, nos expondo a ficar à deriva e devorados pelos sentimentos fúteis, mesquinhos e egoístas.

Assim, o alheio parece nos esvaziar quando a nossa atenção dele se ocupa; talvez porque ao desviar os olhos dos próprios umbigos, esses pequenos bueiros parecem perder a razão de existir.

No entanto, no exercício prático da vida, percebo, nitidamente, que sacudidelas têm sido eficientes para acordar as boas intenções, guardadas e desativadas dentro de nós; que sutis intervenções desalojam as gentilezas e a cooperação da escuridão de sua moradia; e também, que  alguns movimentos do mundo  até  conseguem estimular grossos e revitalizantes respingos de solidariedade do âmago dos indivíduos.

Ao redescobrimos o espaço para a livre e solta convivência com nossos macios sentimentos, repletos de humanidade, nos regozijamos de ainda possuí-los, e, assegurados deste poder, de resgatá-los em sentimentos e comportamento.

Seja gentil, ofereça ajuda. Seja generoso, ofereça cuidado. Pequenas atitudes podem nos presentear com grandes satisfações. Cuidemos para não priorizar o secundário e descartar nossos preciosos valores. A desatenção semeia amarguras onde deveria florir sorrisos.

 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Em retalhos



Às vezes, a vida parece uma gincana com mil e duas tarefas desafiadoras a serem executadas, em tempo exíguo e com o máximo de eficiência. No turbilhão somos exigidos a nos desdobrar, em vários de nós mesmos, para satisfazer as exigências, pessoais e do meio, e driblar os obstáculos. Diante do esmorecimento da energia, somente não sucumbimos porque temos uma força especial conquistada na aliança com pessoas, que, se organizando e reorganizando em grupos, podem e se fazem esteio. Gente pertencente à nossa equipe, que prioriza a cooperação, a divisão dos fazeres, a solidariedade, o revezamento, o engajamento, a parceria, a amizade, o apoio, e tantos outros predicados da interação social.

acervo pessoal
                                                                            


Em inúmeros momentos difíceis de aflição ou angústia, e diante da desesperança, não tive dúvida, pedi ajuda e gritei por socorro. O coração e os olhos buscaram amparo na direção de pessoas idealizadas e admiradas por mim, acreditando que delas receberia algum auxílio. E recebi. Porém, nem sempre. Incontáveis foram às ocasiões em que me surpreendi ficando parada no vácuo, ou pendurada no pincel pelas mãos destes seres a quem creditei o poder da ajuda. Da mesma forma, o contrário também se sucedeu. Perdidas foram às vezes que fui retirada do caos inesperadamente, por atenção e cuidado inesperados, a partir da presença inesperada de alguém que se colocou, inesperadamente, indispensável na minha vida.

    acervo pessoal


Hoje é um dia qualquer - fazendo sol ou desaguando a chuva torrencialmente; se apresentando atribulado ou pairando tranquilo sobre as horas; encontrando-me acompanhada ou me querendo só, talvez abandonada. Hoje é apenas mais um dia na cadeia dos dias, e, simplesmente por isso, merece ser brindado. O hoje se agrega ao amontoado de dias vividos, e se entranha aos punhados de anos acumulados de história, recheando a memória e sofisticando a nossa existência. Hoje é vida! E viver, entre tantas possibilidades, é saber guardar ternamente o tempo vivido com todos os seus coloridos e sombras. É adquirir experiência e descobrir, inclusive, o que não queremos mais, assim como, o que não mais iremos repetir. Viver é buscar referência a partir do outro; é também ser modelo de persistência e de fibra, diante do enfrentamento dos milhares problemas-desafios do percurso, aos outros que nos tem como referência. É instigar os próprios recursos na busca da superação; é resistir ao impulso de finalizar o que ainda não quer ser fim; é reagir e se fazer vivo enquanto a vida provocar. Viver é estar entre amores e amigos curtindo datas significativas como o hoje, cheinho de horas a nos requisitar.
 
    Clicada por Rosa Helena

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PRIMAVERA


 
 
Primavera...
Amor, sensualidade, beleza, magia, emoção...
É Primavera,
 e a vejo se multiplicando através da minha janela;
e a sinto como plenitude da vida pelos poros, olhos, e no coração!
 
 
 
Clicadas por Rosa Helena