Praia deserta, os
murmúrios do mar
Gritam, preenchem todos os espaços.
No alto o sol ilumina, propaga-se,
Mas não aquece, a brisa é fria.
Eu caminho nas areias úmidas, choveu à noite,
O mar está gelado. A natureza é excessiva.
Mas a beleza vem com
ressalvas,
Há perversão na alienação destrutiva do ser humano.
Latas, embalagens, garrafas pet, tocos de cigarro,
E demais lixos mancham as areias brancas.
Despejos pluviais escorrem sucessivos
Encharcam e carregam as areias da praia
Que sangram pelo descaso...
Tiro os óculos e
perco a nitidez da imagem
Ela não se perde de mim, se mantém
Beleza brilhante, reluzente, apenas capturada com efeito,
Ou defeito. A praia é
exuberante a todos os sentidos,
Comove mesmo se, apenas, eu a respirar.
Apesar do meu desconsolo
com a negligência humana
Nada me faz mais feliz do que estar aqui, nessa imensidão
Sedutora. O mar brinca em movimentos espumantes
Provoca, busca tocar os meus pés, mas antes de alcançá-los
Recolhe-se discreto, como se por timidez.
👏👏👏👏
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