terça-feira, 4 de agosto de 2020

PASSEIO NA PRAIA

 

Praia deserta, os murmúrios do mar

Gritam, preenchem todos os espaços.

No alto o sol ilumina, propaga-se,

Mas não aquece, a brisa é fria.

Eu caminho nas areias úmidas, choveu à noite,

O mar está gelado. A natureza é excessiva.

Mas a beleza vem com ressalvas,

Há perversão na alienação destrutiva do ser humano.

Latas, embalagens, garrafas pet, tocos de cigarro,

E demais lixos mancham as areias brancas.

Despejos pluviais escorrem sucessivos

Encharcam e carregam as areias da praia

Que sangram pelo descaso...

Tiro os óculos e perco a nitidez da imagem

Ela não se perde de mim, se mantém

Beleza brilhante, reluzente, apenas capturada com efeito,

Ou defeito.  A praia é exuberante a todos os sentidos,

Comove mesmo se, apenas, eu a respirar.

Apesar do meu desconsolo com a negligência humana

Nada me faz mais feliz do que estar aqui, nessa imensidão

Sedutora. O mar brinca em movimentos espumantes

Provoca, busca tocar os meus pés, mas antes de alcançá-los

Recolhe-se discreto, como se por timidez.

 

 


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